Resenhas miúdas: Young Echo, Metabrisa e Ross From Friends

Quem tem seda? Integrantes do coletivo Young Echo, de Bristol, que faz um som noiado, com retrogosto de dub
“Young echo” – Young Echo
O Young Echo faz música chapada, chapadíssima. O som do coletivo britânico – são cerca de 0nze integrantes, entre cantores, MCs, DJs e produtores – parece vir de um ambiente esfumaçado, povoado por seres de olhos avermelhados, que têm a boca seca e se movem lentamente, rumo a geladeira mais próxima. Letárgico pela própria natureza – afinal, é de Bristol, que nos deu maravilhas em câmera lenta como Massive Attack, Tricky e Portishead – o Young Echo expele em seu terceiro álbum uma espessa névoa de grime, hip-hop e dub. A audição profunda pode causar tosse e pigarros, mas vale um tapa.
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Os irmãos André (esq) e Guilherme Jungstedt são o Metabrisa, que anda na rua com seu rock eletrônico de bolso
“Vol.1” – Metabrisa
Formado em 2015 pelos irmãos André e Guilherme Jungstedt, o Metabrisa tem circulado pelas ruas do Rio, Niterói e Petrópolis, levando seu pulsante mix de guitarras e sintetizadores ou “rock eletrônico de bolso”, como o grupo gosta de falar. Seu primeiro EP combina letras em português (como o hit potencial “Otário”, que pode ter várias dedicatórias) e em inglês. O refrescante coquetel musical dos Jungstedt faz a casa ficar altinha, lembrando de Public Service Broadcasting, 9DW e Windsurf. Ao vivo, há testemunhas, o Metabrisa sopra ainda mais forte.
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Não é o David Schwimmer. Esse é Jeff Weatherall, do projeto Ross From Friends
“Aphelion” – Ross From Friends
Jennifer Anniston pode ter tido a carreira mais regular, mas foi o personagem de David Schwimmer que virou nome de um projeto musical, Ross From Friends. A infâmia partiu de Jeff Weatherall, filho do celebrado DJ e produtor britânico Andy Weatherall (que assinou, entre outros, o clássico “Screamadelica”, do Primal Scream). Criador do hit digital “Talk to me” (de 2015), ele chega agora ao seu terceiro EP, com a chancela do selo Brainfeeder, de Flying Lotus. No roteiro, electro e house baixos teores – certeiros, charmosos, mas esquecíveis. Chandler não perdoaria.