DJ Taye e as batidas do fim do mundo
Quando o asfalto ferve, o passinho serve para seguirmos dançando sem nos queimarmos. Com todo o simbolismo, isso vale para o Rio, como vale para Chicago. De lá, vem o DJ Taye, 22 anos, jovem talento do footwork. Integrante do coletivo (de DJs, produtores e dançarinos) Teklife, fundamental para o estilo surgido naquela cidade, ele lança esta semana o EP “Move out”, pela sagaz gravadora Hyperdub.
O belo vídeo da faixa “Burnin ya boa” sinaliza que Taye mantém o gosto por produções melódicas, com influência do hip-hop e do r&b dos anos 90, sem perder a levada hiperativa e o clima distópico do footwork. De fato, nas outras três faixas do EP, ele repete a boa fórmula do seu disco anterior, o EP “Break it down”, de 2015, combinando samples picotados (como o vocal house de “I need, I want”, com participação do pioneiro DJ Spinn), graves potentes e beats quebrados.
Recém-chegado de uma turnê norte-americana ao lado da emergente estrela canadense Jessy Lanza, Taye ainda tem muito espaço para evoluir, junto com o próprio footwork. Por hora, “Move out” é a trilha imperfeita para tempos esquentados e esquisitos.
Cotação: três pezinhos.