
Baltazar é novo e chega com ‘Pressa’
Baltazar tem “Pressa”. Com um nome que remonta à mítica Babilônia, ligado também a diversas divindades, o grupo carioca lança, hoje, às 21h, no Sérgio Porto, seu primeiro EP independente, com o qual busca um espacinho ao sol no mundano reino musical.
– Baltazar é uma espécie de entidade que nos representa, é o nome de nós quatro quando estamos juntos – explica Pedro Mib, cantor e guitarrista do grupo formado em 2013, nos corredores do Colégio São Vicente de Paulo, e que tem também o guitarrista Eric Camargo, o baixista Jota Costa e o baterista Pedro Tentilhão, todos na faixa dos 20 e poucos anos.
De uma primeira apresentação na Audio Rebel, em abril do ano passado, ao show de hoje à noite, o Baltazar adicionou compostos à sua estrutura própria. Filtrando influências que passam por Tame Impala, Luiz Melodia, Stevie Wonder, Pink Floyd, Caetano Veloso, O Terno e Radiohead, o quarteto criou, ao longo de um ano, o material que viria a compor esse seu primeiro manifesto.
– Temos todas essas influências, mas buscamos, claro, uma sonoridade particular – diz Mib.
Com a ajuda do produtor Daniel Carvalho – uma sugestão da banda-irmã Dônica – e assessoria musical de Berna Ceppas, o Baltazar registrou-se no estúdio Maravilha 8, no Humaitá, em novembro do ano passado, parindo, um mês depois, as cinco canções de “Pressa”. Boa parte delas foi processada através de um antigo gravador de rolo, disponível no estúdio.
– Na verdade, a gente não quer soar como uma banda antiga. O que buscamos foi uma sonoridade mais quente, mais calorosa, que esse gravador proporcionou – esclarece Mib.
“Pressa” não é inimigo da perfeição. Pode ser um aliado. Suas cinco faixas soam como guias para a evolução da banda, do clima setentista de “Desafinar” ao sambalanço “São Salvador (enriquecido pelo arranjo do maestro Felipe Pinaud), passando pelo groove funkeado de “Por quê” (envenenado pelo teclado de Leo Israel, filho do saxofonista George), pela doce balada “Eu não volto mais pra casa” e pela dramática e delicada faixa-título (com a participação de Lucas Nunes e Zé Ibarra, da Dônica), finalizada com o barulho de uma fita sendo rebobinada.
– Eu sou formado em Música, o Eric tá fazendo Engenharia, o Jota estuda Direito e o Tentilhão, Publicidade. A gente ainda não tem uma noção certa de onde podemos chegar – reflete Mib. – A perspectiva de uma banda nova hoje, realmente, é bem diferente de tempos atrás. Mas estamos fazendo o que mais gostamos e acreditamos que esse disco reflete bem isso.
(Foto de divulgação/Jorge Bispo)