Nada de Crocs em Tóquio

Nada de Crocs em Tóquio

Parei por alguns minutos em frente a uma plataforma do metrô de Shinjuku, em Tóquio, tentando me localizar, com a ajuda do wi-fi portátil e do Google Maps. Quando levantei o olhar, tinha se formado, silenciosa e ordeiramente, uma pequena fila atrás de mim. Claro, eu estava em frente ao embarque dos vagões. Depois do susto, perdido na tradução e na estação, inclinei a cabeça para baixo, tentando pedir desculpas ao grupo pela confusão. E saí andando em busca da saída para Botafogo.

Por causa de cenas assim, a capital japonesa – que recebe a partir de hoje a semana de moda que leva seu nome – não sai da minha cabeça, pouco mais de um ano depois de tê-la visitado. Além de hipnotizante por seus sons e seu visual, a cidade também atordoa com o constante desfile em suas ruas. São cerca de 13 milhões de pessoas e ter estilo parece ser fundamental para não ser apenas mais um olhinho puxado na multidão.

Alimentada por marcas locais como Lad Musician, Beams, A Bathing Ape e Hare, a ala masculina não faz feio. Longe disso. Clássicos refinados, combinações arrojadas, sobreposições criativas e experimentações radicais são o que mais se vê por ali (Crocs, nem tanto). De olho nisso, tive, na época, um impulso “The sartorialist” – deve ter sido o jet leg constante – e fiz uma série, meio tosca, de cliques, reproduzidos primeiro no caderno “Ela”, há alguns meses, e agora, integralmente, na galeria abaixo.

Por respeito a Scott Schuman e todos meus amigos fotógrafos profissionais, inclino mais uma vez a cabeça e digo, humildemente: sumimasen!